Corpo
Corpo, da série Querido Diário, 2023
textos esculpidos com gesso e cola sobre parede
100 x 150 cm
Fotografias de Ana Pigosso
Em Corpo, textos e desenhos retirados dos meus diários de infância são esculpidos diretamente sobre a parede, utilizando uma mistura de gesso, água e cola. A escolha do título evidencia a intenção de apresentar a parede como pele simbólica — um corpo marcado, exposto e ferido. As inscrições evocam quelóides, cicatrizes e marcas profundas que não desapareceram com o tempo, mas permaneceram como vestígios materiais de violências sofridas e silenciadas.
A monocromia entre os relevos e a superfície branca da parede acentua a ideia de negligência, apagamento e invisibilidade. A obra foi realizada diretamente sobre uma das paredes do MAB/FAAP, durante a montagem da 53ª Anual de Arte, o que acentua sua potência simbólica: o próprio espaço da educação se converte em corpo e testemunha, abrigando marcas e dores que tantas vezes são ignoradas e varridas para debaixo do tapete.